quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Curso Intensivo de Sistemas de Informação Geográfica em Arqueologia

Irá decorrer nos próximos dias 3, 4 e 5 de Outubro nas instalações do Campo Arqueológico de Mértola, o Curso Intensivo de Sistemas de Informação Geográfica em Arqueologia (seguir o link para inscrições). Este curso, concebido e ministrado pelo autor deste blogue, representa a continuação de experiências anteriores e pretende dar bases sólidas em Sistemas de Informação Geográfica e respectivas aplicações em arqueologia com base em software aberto.


Embora os exemplos, dados e exercícios fornecidos ao longo do curso tenham por base a arqueologia, as ferramentas, os conceitos e as técnicas abordadas são válidas para muitas outras áreas. Por outras palavras, os "não arqueólogos" são igualmente bem vindos.

Qualquer questão relacionada com a componente técnica e pedagógica deste curso poderá ser remetida para partir de opusssig[em]gmail.com

Aqui fica o programa:

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Geoparser - extrair localizações de um texto


A Europeana Connect, grupo de trabalho de boas práticas digitais financiado pela Comissão Europeia, disponibiliza uma ferramenta online muito interessante que permite fazer geoparsing (extrair e ordenar informação com significado espacial) sobre um qualquer excerto de texto e criar um XML com as localizações e sítios devidamente descriminados.

I - Parsing de texto para XML

Aqui fica uma pequena demonstração. Começamos por aceder à ferramenta de geoparsing e colamos o o seguinte excerto (1) retirado da Wikipedia:

"The first Tour de France was staged in 1903. The plan was a five-stage race from 31 May to 5 July, starting in Paris and stopping in Lyon, Marseille, Bordeaux and Nantes before returning to Paris."

Como se pode ver, este excerto contém referências a cidades, e essas referências têm um significado espacial (coordenadas) que pode ser associado aos nomes.

De seguida basta selecionar XML (2) e clicar em Geoparse (3):


sábado, 29 de junho de 2013

Adicionar mapas JNX a receptores GPS da Garmin

De há uns anos a esta parte, os principais fabricantes de receptores GPS de mão ou outdoor começaram a permitir que se adicione mapas ao GPS. Isto abre a possibilidade de levar para o campo todo o tipo de cartografia - cartas topográficas, geológicas, itinerárias, etc, que podem ser obtidas a partir de digitalizações de mapas em papel ou de dados em formato digital que tenhamos adquirido previamente para uso em ambiente desktop.

No caso da Garmin, há vários modelos que oferecem esta possibilidade, designada de Custom Maps. Os modelos que o permitem fazem-no através de dois tipos de ficheiros: KMZ - formato associado ao Google Earth - e JNX, formato fechado criado pela própria Garmin para distribuição de fotografias de satélite  BirdsEye.

Aqui começam os problemas. A implementação KMZ da Garmin impõe sérias limitações que na prática impossibilitam o uso de mapas grandes como fundo. As principais limitações são:

- O KMZ apenas suporta um nível de zoom (em contraste com os 5 admitidos pelo formato JNX);
- Máximo de 100 tiles por KMZ (no  formato JNX este número ascende a 50000 por cada nível de zoom);
- Navegação mais lenta quando comparada com o formato JNX;

Embora o formato JNX não esteja sujeito a todas estas limitações, trata-se de um formato exclusivo de distribuição de imagens BirdsEye - um serviço que, quando subscrito, funciona associado ao id do nosso aparelho, o que quer dizer que mesmo que se converta um mapa em jpeg ou GeoTIFF para JNX, continuaresmos a não poder utilizar esse mapa. Para contornar esta limitação é necessário aplicar um patch não oficial ao firmware do nosso GPS. Este artigo irá demonstrar toda a metodologia de patching do firmware de um receptor GPS da Garmin e posterior carregamento de mapas raster em formato JNX.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Sistemas de Informação Geográfica e Paleontologia

Como é que as geotecnologias podem ser uma ferramenta de gestão de património paleontológico e geológico? Em que medida essa gestão contribui para a compreensão do território e da paisagem?

Estas e outras questões serão abordadas no próximo dia 21 de Maio (Terça Feira) na sala 3.3.15 da FCUL. Aqui fica o convite. Entrada livre.


sexta-feira, 3 de maio de 2013

iD Editor (Open Street Map)

Enquanto contribuidor do projecto Open Street Map, sempre senti falta de um editor que fosse ao mesmo tempo bom e simples. Os editores desktop mais conhecidos - JOSM e Mercator, embora sejam muito completos, estão longe de ser, na minha opinião, suficientemente simples e lineares para novos utilizadores, e os editores online como o Potlach podem ser limitativos.

Outro problema que os mappers OSM enfrentam é a imensidão de tags existentes, tags estas que nem sempre são fáceis de gerir, especialmente após algum tempo de inactividade.

O iD Editor, uma aplicação web based, parece estar a ir na direcção certa. Escrito em Java script, a versão beta já permite ter uma ideia concreta daquilo que o projecto pretende ser. Essa direcção resume-se numa palavra: simplicidade!

Sob pretexto de mapear a aldeia histórica de Idanha-a-Velha, cuja visita recomendo vivamente, aqui ficam as minhas impressões deste novo editor.

domingo, 28 de abril de 2013

Rasters de elevação SRTM

Embora já existam produtos igualmente gratuítos e com melhor resolução, o modelo digital de elevação SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) tem a vantagem de ter uma licença mais permissiva que os dados ASTER-GDEM. Os dados SRTM podem ser utilizados para qualquer fim não comercial. 

O modelo de elevação SRTM cobre a superfície terrestre compreendida entre os 60ºN e os 56ºS de Latitude. A resolução junto ao Equador é de aproximadamente 90m, e mais elevada quanto mais afastada do equador é a latitude. No caso de Portugal a resolução situa-se em torno dos 70m.

Outra vantagem importante dos dados SRTM é poderem ser acedidos de forma muito fácil e directa (sem necessidade de login/criar conta de utilizador) a partir do portal do Consortium for Spatial Information do Consultive Group on International Agricultural Resarch. Basta selecionar as quadriculas de interesse, escolher o formato e descarregar os dados:




sexta-feira, 19 de abril de 2013

MapStory - publicar mapas com cronologia dinâmica


De uma forma geral podemos afirmar que os mapas foram inventados para ilustrar certas realidades   - demografia, ambiente, relevo etc. No entanto, a inclusão da variável tempo foi sempre um desafio, e mesmo hoje, na era digital, continua a ser uma questão complexa.

MapStory é uma aplicação web based que permite criar mapas em que a variável tempo é facilmente integrada, sendo o resultado final um video.  O MapStory convida os utilizadores a criarem mapas e dados que depois serão disponibilizados através de uma licença Open Database Licence  (ODbL).

Como exemplo decidi montar um mapa muito simples com as datas mais importantes da "Reconquista Cristã". A ideia é criar um vídeo que ilustre de forma intuitiva o lento avanço dos cristãos na Penísula Ibérica (quase 8 séculos):



Vejamos então como criar mapas com o MapStory.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Formação em Sistemas de Informação Geográfica em Arqueologia

Para os potenciais interessados aqui fica a nota de divulgação (e o programa) da próxima acção de formação orientada por mim em colaboração com o Campo Arqueológico de Mértola.


As inscrições poderão ser feitas a partir do site do Campo Arqueológico de Mértola. Questões relativas à formação - formato, metodologia de ensino, pré-requisitos, etc, podem ser dirigidas directamente para mim através do seguinte endereço de e-mail: opussig[em]gmail.com

Progama:

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Geo Magazine - um projecto editorial português

O geocahing é um hobby/desporto que tem ganho grande popularidade em todo o mundo, e Portugal não é excepção. Embora seja uma actividade para a qual é essencial ter um GPS, hoje em dia isso já não constitui um impeditivo significativo - é possível comprar um GPS por menos de 100 euros.

Quero desde já esclarecer que eu não sou geocacher (o meu hobby geográfico passa mais pelo Open Street Map), por isso arrisco-me a escrever barbaridades! Se assim for por favor digam!

Então porque é que vou escrever sobre algo do qual sei muito pouco? Bem, apenas para destacar um projecto editorial que me parece muito interessante e é revelador da vitalidade da comunidade geocaching de Portugal (e vitalidade é coisa que o nosso país bem precisa!). Trata-se da revista GeoMagazine, uma revista dedicada ao geocaching, dirigida essencialmente à comunidade portuguesa de geocachers coordenado por Filipe Sena, mas com contributos de muitos geocachers portugueses e que conta já com dois números - Dezembro 2012 e Fevereiro 2013.


terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Coordenadas geográficas em formato decimal

Recentemente deparei-me com um problema frequente - uma tabela Excel com uma longa lista de sítios arqueológicos, onde, para além dos atributos/colunas "clássicos" como o nome, cronologia, concelho, etc, tinha duas colunas com as coordenadas geográficas WGS84 expressas no formato DMS (degree, minutes seconds). As coordenadas geográficas podem ser expressas de dois modos, DMS ou decimal:

DMS:  9º 45'' 45.21'' W / 38º 06' 21.35''  N >>>> Decimal -9.76250000 / 38.10591666

Ambas as formas são válidas e indicam o mesmo local, contudo o formato DMS dificulta a integração e posterior tratamento espacial da tabela em software SIG porque contem caracteres que a tornam numa string (sequência de caracteres que pode conter números e letras, embora não seja atribuído significado matemático aos números, quando presentes), o que dificulta o seu tratamento numérico. O formato decimal facilita a integração da informação em software SIG porque apenas contem números e um separador decimal.

Existem vários conversores online para converter coordenadas DMS em coordenadas decimais, no entanto apenas permitem uma conversão de cada vez. Se tiveremos uma tabela com dezenas, centenas, milhares de entradas, o procedimento torna-se extremamente moroso, pouco eficiente e acima de tudo... desesperante!

A solução passa por utilizar o Libre Office, uma excelente alternativa ao Microsoft Office e aplicar uma fórmula que transforme as coordenadas para o formato decimal. Os dados e screenshots que aqui vou reproduzir são adulterações com vista a proteger os dados originais - dados cientifícos que ainda não foram, que eu saiba, publicados - mas que servem o propósito de ilustrar a metodologia.